Início do 3º período e o continuado empobrecimento de quem trabalha
Tem início hoje o 3º período letivo com a continuação dos problemas que têm vindo a ser denunciados pela FENPROF e os seus sindicatos. A falta de professores acentua-se e decorre do desinvestimento a que a Educação tem sido votada. Mantém-se a precariedade, a desvalorização das carreiras, o elevado número de alunos por turma, a desregulação dos horários de trabalho, um modelo de gestão que não é democrático e continuam a faltar recursos nas escolas. Diminui o poder de compra dos profissionais da educação a par de muitos outros trabalhadores e trabalhadoras, pelo aumento dos preços, pelo congelamento nas carreiras e pela desvalorização salarial mantém-se um regime de austeridade na vida de quem trabalha.
Num artigo de Cátia Mateus e Sónia M. Lourenço no jornal Expresso começa por se referir que o “Poder de compra no Estado caiu 12,9% desde 2010”.
São várias as medidas que têm contribuído para o empobrecimento das pessoas e para a diminuição do poder de compra, desde as medidas de austeridade da troika, até à necessidade de salvar bancos, à pandemia e à guerra. Têm sido os trabalhadores e trabalhadoras a sustentar um país em crise permanente, com cortes salariais, com congelamento de carreiras e salários e com o aumento dos preços. A par deste empobrecimento de quem trabalha, assiste-se a um aumento dos lucros dos grandes grupos económicos. Empobrecer é só para alguns porque outros lucram com as crises e as guerras.
Refere ainda o artigo que a “Escalada da inflação agrava a deterioração da Função Pública. Apesar do aumento de 0,9% dos salários e do aumento do salário mínimo, “… “este aumento fica longe de compensar a perda do poder de compra acumulada em mais de uma década de congelamento dos vencimentos” e “A escalada da inflação em 2022 – a média anual deve atingir 3,7%, segundo a proposta do OE entregue esta semana – agrava o problema. “
Podemos ainda ler no artigo que “… a maioria dos funcionários públicos vai chegar a 2022 com perdas salariais, em termos reais, que atingem os 12,9% face a 2010” sendo que os cálculos efetuados “têm em conta apenas o impacto da inflação. Não são considerados outros fatores, como o enorme aumento de impostos dos anos da troika, ainda só parcialmente revertido.”
A não contagem do tempo de serviço, as quotas, a estagnação salarial, a degradação das condições de trabalho, o aumento e a especulação dos preços de bens e serviços mantêm as pessoas num progressivo empobrecimento e num declínio face às condições de trabalho e de vida.
É possível reverter a situação. CGTP, Frente Comum, FENPROF e sindicatos têm propostas e reivindicações. Com a luta é possível reverter a situação e parar o empobrecimento generalizado de quem trabalha.
Albertina Pena