Confirma-se o que o SPGL e a FENPROF há muito tempo dizem: há um enorme desinvestimento na Educação em Portugal e é essa falta de investimento que está na origem dos problemas que afetam as escolas e os seus profissionais.
O Público de hoje, (só para assinantes), citando o “Relatório Panorâmico Demografia e Educação”, divulgado ontem pelo Tribunal de Contas, é claro:
“Nota-se que, contrariamente às despesas com a saúde e pensões de velhice, as despesas com a educação têm vindo a decrescer e, por isso, não serão uma especial ameaça à sustentabilidade das finanças públicas, nem se estima que tal venha a suceder, mas há o risco de, precisamente em virtude do persistente declínio populacional, o financiamento público se desviar para outras áreas críticas em desfavor da educação.”
E continua: “As despesas com educação passaram de 4,8% do PIB, em 2000 para 3,9% em 2020, e estima-se que decresçam para 3,8% em 2030, concretiza o TdC. Ao mesmo tempo, o número de alunos também tem vindo a cair. Em 10 anos, o pré-escolar perdeu 25 mil crianças e o ensino básico 255 mil alunos”.
O impacto da pandemia por COVID-19, forte e inesperado, revelou, ou acentuou, fragilidades que afetaram a educação e colocou desafios à capacidade de enfrentar a dimensão e a intensidade dos seus choques:
“O ensino à distância foi implementado e exigiu a rápida adaptação e inovação em meios e métodos, mas o respetivo acesso não foi eficaz em resultado de carências em competências digitais e de atrasos na aquisição de meios digitais havendo alunos, professores e escolas sem computadores, ou obsoletos, e dificuldades no acesso à Internet”.
(…) “os meios digitais para o ensino à distância começaram a chegar aos alunos apenas no início do ano letivo 2020/21 e mais de 60% só chegará em 2021/22 em resultado da autorização para a respetiva aquisição ter sido tardia e condicionada à aprovação de fundos europeus”.
(…) “os esforços desenvolvidos para minimizar os efeitos da pandemia “não lograram obstar o impacto negativo nas aprendizagens dos alunos, em especial dos mais desfavorecidos”(…).
A ler!
M. Micaelo