Refugiados, uma outra espécie de vírus que ameaça e amedronta os europeus

Numa altura em que na Europa e um pouco por todo o mundo o assunto do Coronavírus domina todas as conversas, o drama da crise dos refugiados e os últimos acontecimentos ocorridos na fronteira entre a Turquia e a Grécia são convenientemente relegados para segundo plano.

Enquanto todos nós vivemos com a preocupação e o medo (mais que justificável) de um vírus que pode tornar-se uma pandemia e afetar as nossas vidas, fechamos os olhos, no conforto dos nossos lares, e esquecemo-nos dos milhares de refugiados, isto é de seres humanos como nós, que diariamente se deparam com problemas tão mais graves como não ter um teto, uma cama onde dormir e um prato de comida. Para além de sobreviverem em condições desumanas, são tratados como parasitas, que uns escorraçam e empurram para lá das suas fronteiras, rompendo acordos estabelecidos e que outros se recusam a receber, construindo muros, deportando-os para os seus países de origem e criminalizando e condenando aqueles que ousam ajudá-los.

A União Europeia sem condenar a atuação do governo turco, limita-se a manifestar a sua solidariedade para com a Grécia, revelando a sua total incapacidade em solucionar esta crise humanitária sem precedentes que envergonha todos os europeus.

“Creio no direito à solidariedade e no dever de ser solidário.” – José Saramago

Sílvia Timóteo