Portugal tem das propinas mais altas da Europa
Portugal caracteriza-se por:
- ter uma das maiores taxas de pobreza da Europa, com 27,5% da sua população (2,9 milhões de pessoas) em risco de exclusão social em 2014;
- 1,2 milhões de trabalhadores auferir menos de 600 euros;
- 31,4% das suas crianças serem pobres, em consequência da manutenção do desemprego e dos baixos salários dos pais;
- quase um quarto das famílias com crianças viver abaixo do limiar da pobreza, percentagem que atinge os 40% no caso das famílias monoparentais;
- possuir a mais alta taxa de desemprego jovem da OCDE, 35,4% em 2014.
Podemos acrescentar em termos qualitativos, que Portugal é o país que assistiu nos últimos 8 anos ao nascimento de uma nova classe, a classe média exaurida, que aufere um salário bruto delapidado por cortes, contribuições extraordinárias, impostos, desemprego no agregado familiar, e que não pode auferir de bolsas de estudos por não atingir os níveis de miséria formal exigidos.
Muitos estudantes (cerca de 20 000 em 2014) vêm-se obrigados a contrair empréstimos bancários para viabilizar os seus estudos, sendo que no ano de 2014 existiam 8,5 milhões de euros de incumprimento, por falta de capacidade de pagamento. Um caso concreto de alguém que luta para pagar o empréstimo contraído:
“Ricardo Rocha, 27 anos, licenciado em Psicologia Aplicada, tem que trabalhar em dois empregos, num total de 11 horas por dia. Entra às 8h30 no trabalho a full time e só sai às 21h00 do part-time. “Praticamente deixei de ter vida própria”, diz." (http://www.publico.pt/portugal/noticia/estudantes-do-ensino-superior-devem-mais-de-200-milhoes-de-euros-aos-bancos-1638228)
Um país que financia colégios privados que lucram milhões à custa de dinheiros públicos em detrimento das escolas públicas que, comprovadamente, preparam melhor os alunos para o sucesso no ensino superior, cujo único fito é alimentar as clientelas que o sustentam à custa dos trabalhadores, pensionistas e … estudantes.
Deixemos de consentir.
João Correia