Honrar a memória de Jorge Sampaio é continuar a luta por uma democracia que seja mais do que um mero conceito e pela verdade na vida política
O Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL) associa-se ao sentimento de pesar que a maioria dos portugueses expressa pela morte de Jorge Sampaio, figura marcante na oposição ao salazarismo e na construção da democracia portuguesa.
O combate às desigualdades sociais, a denúncia de guerras injustas e a verdade na vida política são marcas da sua intervenção política.
Os professores lembram especificamente a sua posição firme, enquanto presidente da República, vetando uma proposta do ministro David Justino, (PSD) que pretendia alterar a Lei de Bases do Sistema Educativo numa perspetiva de direita e em benefício do ensino privado.
No seu veto, Sampaio recordou que a Lei de Bases do Sistema de Ensino em vigor desde 1986 era "o principal diploma que rege a educação em Portugal" e, por isso, “quaisquer alterações deveriam merecer um amplo consenso e que deve ser uma lei para muitos anos e não um diploma de vigência permanentemente condicionada pela normal alternância governativa”.
A vida política de Jorge Sampaio ficará também marcada pela sua presidência na Câmara Municipal de Lisboa, numa coligação que uniu toda a Esquerda, nomeadamente com o PCP, - facto até então inédito - que permitiu o lançamento de iniciativas como o programa de extinção de barracas na cidade de Lisboa e a elaboração de cartas estratégicas para a renovação da cidade.
Jorge Sampaio impôs-se também pela sua conceção de uma vida política assente na verdade, na transparência e na dignidade, elementos hoje fundamentais no combate a populismos, mentiras e demagogias como armas políticas dos que, mesmo não o dizendo, pretendem destruir uma democracia participativa.
O SPGL honrará a memória de Jorge Sampaio persistindo na sua ação para a construção de uma sociedade mais justa, construção para a qual a Educação tem um papel central.
A direção do SPGL