Artigo:Visita ao Palácio dos Marqueses de Pombal

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No âmbito de mais uma “Jornada Pedagógica”  do SPGL, realizámos a Jornada nº 12, no dia 15 de março de 2014, a este Palácio, sito em Oeiras. Nessa manhã soalheira, fomos recebidos pela D.ª Alexandra que nos guiou pelos  meandros das diversas salas; capela (onde não se celebram missas há cerca de 20 anos); jardins e adega do vinho de Carcavelos. Aqui ouvimos  explicações detalhadas e prova de vinhos. Na Capela, terminada no ano de 1762, destacam-se as telas dos três altares (pintadas por André Gonçalves), e os notáveis estuques escultóricos.

O Palácio dos Marqueses de Pombal e Jardins constituem um dos conjuntos patrimoniais mais notáveis do Concelho de Oeiras, classificado como monumento nacional desde 1940. Este conjunto faz parte integrante da antiga Quinta de Recreio da família Carvalho, propriedade formada por vários casais e quintas. A sua construção é da 2ª metade do séc. XVIII, e é um projeto de Carlos Mardel, arquiteto húngaro que teve um papel privilegiado na reconstrução pombalina de Lisboa. Articulava os espaços de recreio e de lazer da casa de campo aristocrática, com os da proveitosa e experimental exploração agrícola. Trata-se de uma obra de família, espelhando a vontade e o empenho de Sebastião J. de Carv. e Mello (herdeiro do morgado) e dos seus dois irmãos Francisco Xavier de Mendonça Furtado e Paulo de Carvalho e Mendonça.

Durante séculos, a exploração agrícola constituía a principal riqueza desta região. As suas gentes dedicavam-se ao amanho da terra, aproveitando os solos férteis e a abundância de água. Aristocratas, membros do Clero, militares entre outros, elegeram esta região de excelência para descansarem, caçarem “ou  esconderem amores” dando expressão a uma cultura de lazer.

A adega foi inaugurada no dia 7 de junho de 2013, dia feriado do Concelho, tem 60 metros de comprimento e 15 de largura e foi feita com mão de obra da Câmara.

Nas costas do Palácio desenvolvem-se espaços, decorados com estátuas e bustos de mármore, muretes e escadarias revestidas de azulejos. Nos Jardins, atravessados pela Ribeira da Lage, merecem destaque a Cascata dos Poetas, com excelentes bustos da autoria de Machado de Castro, o conjunto do edifício dos Lagares, a Adega e a casa da Pesca. Durante a construção, sofreu a influência da esposa do Marquês, Leonor de Daun. No centro do Jardim existe um lago com a forma dos quatro crescentes que constituem as armas dos Carvalhos, apresentando uma estrela de oito pontas ao centro.

À saída fomos presenteados com o “ATLAS DE OEIRAS” (cerca de 6 kg de cultura oeirense), com gráficos, mapas diversos e fotos aéreas de todas as localidades do Concelho.

Sebastião José de Carvalho e Melo (1º Marquês de Pombal), nasceu em Lisboa, em 13 de maio de 1699, no Bairro Alto, e faleceu em Pombal, em 8 de maio de 1782 (com 82 anos). Em 1923 os seus restos mortais foram trasladados para a Igreja da Memória, em Lisboa, onde se encontram ainda hoje.

Nota:  

Como o Rei D. José I necessitava de tratamento de Termas, devido à sua já precária saúde, e, a viagem de Lisboa até às Termas do Estoril eram bastante demoradas e penosas, dadas as condições dos caminhos e por ser em carruagens, o Marquês ofereceu-lhe estadia neste Palácio, para estar mais perto dessas Termas.


Março de 2014
Fernando Costa
Manique - Cascais