Violência nas escolas … e não só
Não quero com este título desvalorizar a violência estrutural que se vive no interior das escolas e que há muito é percepcionada por quem lá trabalha. De vez em quando ela aparece divulgada pelos órgãos de comunicação social, mas muitas vezes isso é só a ponta do iceberg.
Escolhi este título porque, ao folhearmos o jornal Publico de hoje (mas podia ser de qualquer dia), começando com Putin de dedo em riste e o título “Tensão a Leste - Putin abre caminho para a invasão da Ucrânia”, a violência é uma marca transversal dos nossos dias, a marca de uma sociedade desigual, capitalista e patriarcal.
Mas o foco do meu pequeno comentário de hoje tem a ver com uma notícia de página inteira na secção SOCIEDADE sobre Casos de agressões físicas e verbais a crianças. A jornalista Daniela Carmo que assina o artigo “Associações de Imigrantes entregam Manifesto contra a Violência na Escola” faz o relato de ocorrências de violência em várias escolas que, tantas vezes são silenciadas e vividas na maior solidão e sofrimento pelas crianças que as vivenciam. Os/As agressores/as tanto podem ser colegas da mesma idade, como professores/as e funcionários/as. E os sinais de racismo, impreparação e desrespeito pelos direitos das crianças devem-nos fazer pensar que é fundamental inverter esta tendência e que é urgente trabalhar, formar, ensinar todos os intervenientes nas escolas para estancar esta escalada.
Quando falo em violência estrutural – na sociedade, em casa, nas redes sociais, nos meios de comunicação social – falo naturalmente também no seio da escola que não é uma ilha, antes parte integrante da sociedade. Mas, se queremos lutar por uma sociedade sem violência, uma sociedade de paz, temos de ter boas práticas a começar em casa e na escola. Fundamental.
Termino, acrescentando ao título deste pequeno texto: Não à violência nas escolas… Não à violência no Mundo!
Almerinda Bento