Artigo:Uma perspectiva de Lisboa através do Bilhete Postal Antigo

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A Perspectiva de Lisboa através do Bilhete-Postal antigo

 

O bilhete-postal ou postal como nos costumamos referir sempre que falamos desta fonte de informações preciosa foi, durante muito tempo, considerado um documento de parco valor iconográfico. Surgiu pela primeira vez em Outubro de 1869 no Império Austro-Húngaro. No ano seguinte já tinha sido adoptado por 22 países europeus e americanos nos nove anos subsequentes. Portugal aderiu a esta inovação em 1878. Em 1885 reúne-se em Lisboa, o 3º Congresso da União Postal Universal. Foi recebendo alterações na cor, na forma de imprimir, nas dimensões e no reverso até chegar à forma que observamos nos nossos dias em que pululam exemplares rectangulares de enormes dimensões, circulares, ovais. Saliente-se que apenas quatro anos após o surgimento do postal, já se realizavam congressos postais de forma a determinar o formato, as taxas de circulação e penalidades para infracções.

A República ou a I Grande Guerra foram apenas alguns dos muitos temas que o postal tratava a par dos costumes. Só a partir dos anos 80 do século passado é que o postal ilustrado começou a emergir, lentamente, das brumas do esquecimento.

Os coleccionadores de postais ou cartofilistas que hoje em dia ostentam boas colecções começaram por volta desta altura ou ainda num período anterior a erguer os seus acervos, numa época em que o postal era ainda mais um elemento a coleccionar. Lentamente, o bilhete-postal foi sendo considerado também uma forma de investimento e esses rectângulos mágicos de cartão com imagem impressa foram sendo levados aos píncaros do investimento mas, quase sempre, em detrimento da fonte de informação que representava o seu estudo. E é este pequeno (grande) elemento que diferencia o “ajuntador” que compra e amontoa, lá em casa, do coleccionador que compra, troca, vende, organiza e estuda. E não pensemos que o acto de coleccionar postais é uma actividade dos nossos tempos pois temos referências visuais (fruto de estudo de cada um exemplar e das marcas de posse dos mesmos) e escritas de tal actividade por exemplo em 1918. As temáticas a coleccionar no nosso tempo, são das mais variadas e passam pelos transportes (navio, comboio, carro, avião), paisagens, humorísticos, erótica, arte, zoomórfica, república, militaria, coloniais, arquitectura e urbanismo, até a algo considerado mais clássico como os costumes e a topográfica.

Esta mostra que agora se apresenta aos olhos do público está enquadrada neste último género (topográfica) e dá a conhecer alguns dos excelentes exemplares que o GEO alberga. A par de alguns editores fracamente conhecidos, o GEO mostra belos exemplares da Tabacaria Costa, de G & F, Eduardo Portugal, de F.A. Martins e de Bárcia sendo que deste último, todos os exemplares são postais fotográficos, com tiragens extremamente reduzidas. A selecção dos exemplares permitiu observar de novo e desta feita com uma maior acuidade a colecção de postais pertença do Engenheiro Vieira da Silva. Procurámos seguir um itinerário consentâneo com a conferência audiovisual proferida pelo Engenheiro Luís Veiga na tentativa de dar um fio condutor paralelo às actividades que o GEO apresenta neste mês de Maio.

Ernesto Jana

BIBLIOGRAFIA

  • AAVV, Lisboa Ribeirinha, Lisboa, Livros Horizonte, 1994.
  • Branco, Jorge, Estações Ferroviárias Portuguesas em postais ilustrados antigos, Lisboa, Livros Horizonte, 2006.
  • Consiglieri, Carlos e Abel, Marília, O Cais do Sodré em postal antigo, Lisboa, Livros Horizonte, 2004.
  • Janeiro, Maria João, Lisboa – Histórias e Memórias, Lisboa, Livros Horizonte, 2006.
  • Passos, José Manuel da Silva, Bilhetes Postais Antigos do Largo do Rato à Praça D. Luís, Lisboa, Livros Horizonte, 1994.
  • Passos, José Manuel da Silva, O Bilhete Postal Ilustrado e a História Urbana de Lisboa, Lisboa, Caminho, 1990.
  • Sousa, Vicente de e Jacob, Neto, Portugal no 1º Quartel do Séc. XX documentado pelo Bilhete Postal Ilustrado, Bragança, Câmara Municipal de Bragança, 1985.

 

Memórias da Lisboa antiga e dos seus locais mais emblemáticos numa história contada através de bilhete-postal antigo.



DMC/ GEO - Gabinete de Estudos Olisiponenses
Palácio do Beau Séjour,
Estrada de Benfica, 368, 1500-100 Lisboa


Informações: 21 770 11 00
Data: De 19 a 31 de Maio

Acesso Gratuito
Horário :
Segunda a sexta-feira: das 9h:30m às 17h:30m

Destinatários: Público em geral
Escolas: 3 º ciclo, Secundário e Universitário (mediante marcação prévia)

Paula Candeias
Produção e Divulgação
CML|DGED - Gabinete de Estudos Olisiponenses
Palácio do Beau Séjour
Estrada de Benfica nº368
1500-100 Lisboa

21 7701124 | 96 989 32 64

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