Artigo:Uma ADSE nova?

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Uma ADSE nova?

As justas homenagens fúnebres a Mário Soares fizeram passar para segundo plano todas as outras notícias. Nomeadamente esta: a ADSE deixou de ser uma direção geral e passou a ser um Instituto Público. Desta mudança resultam várias consequências: A ADSE continua na esfera pública, como defende a maioria dos sindicatos, ficando suspensa (ou morta?) a intenção proclamada no programa do governo de uma gradual passagem para um sistema de mutualidade. Nos órgãos deste Instituto Público há representantes dos beneficiários da ADSE – representados pelos membros indicados pelas centrais sindicais. Embora o seu poder seja muito limitado, há que exigir destes representantes sindicais uma permanente ligação aos beneficiários na definição de uma política de gestão que sustente inequivocamente a ADSE, alargue a sua intervenção e combata o facto de a ADSE ser o principal esteio dos hospitais e clínicas privados…

Há quem, com muita razoabilidade, alerte para o perigo da ADSE, ao manter-se na esfera pública, poder vir a ser governamentalizada, nomeadamente usando para fins orçamentais os eventuais superavits da instituição. O que, aliás, não seria inédito.

Em suma: o novo estatuto jurídico não garante uma nova ADSE. Abre novas perspetivas que é preciso gerir com inteligência e segurança. Responsabiliza mais os sindicatos, mas será necessário exigir-lhes que eles respondam perante os beneficiários desta ADSE-I.P. e que estes se tornem cada vez mais exigentes.

António Avelãs