Um tempo novo?
Na altura em que escrevo ainda não sei o que o novo ministro da Educação defende como novo modelo de avaliação dos alunos do ensino básico.
O que leio é que o Conselho Nacional de Educação (CNE) preferia que se mantivessem os exames de 4º ano e defende não só que continuem os exames do 6º e 9º anos mas ainda a criação de mais um exame no 9º ano, de literacia científica, divulgando pareceres e relatório técnico sobre o tema.
O que defendo é que, como bem refere Paulo Sucena, “ (…) os exames não resolvem os problemas com que se debate o nosso sistema de ensino e nem é com a sua existência que se reforça a qualidade das aprendizagens, se promove a equidade, se avalia com mais rigor ou se combate o facilitismo, essa torpe calúnia lançada sobre o trabalho dos professores (…) ”.
Não são os exames que promovem a qualificação das aprendizagens.
Do que precisamos, como bem defende a FENPROF, é de uma resposta universal e de qualidade de Educação Pré-Escolar, de boas condições de trabalho nas escolas, do desenvolvimento de práticas inclusivas para todos, da existência de apoios adequados para os que apresentem necessidades educativas especiais e da definição de currículos adequados a cada ciclo de ensino.
Mais exames? Não, obrigado.
Também aqui precisamos de um tempo novo!
Manuel Micaelo