Artigo:Turquia: luz verde para massacrar curdos

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Turquia: luz verde para massacrar curdos?

Há povos a quem a História traçou a sorte-madrasta de não serem meros peões no jogo geopolítico das potências mundiais. Um deles é o povo curdo, dividido por países onde ditadores não o poupam a perseguições, massacres e tentativa de “invisibiliação”: a Turquia, a Síria e o Iraque.

Temendo que a solidificação do domínio curdo na Síria em zonas fronteiriças, a Turquia do ditador Erdogan resolveu atacar os curdos, não hesitando em invadir território sírio. Invasão “acordada” (obviamente sem documento escrito…) com os EUA que se “limitaram” a abandonar as posições que tinham tomado, deixando as populações curdas à mercê do exército invasor. Que fazem perante esta invasão as potências e as organizações mundiais? Os EUA ameaçam com futuras sanções, os grandes da União Europeia ameaçam não lhe fornecer mais armas (como se as que a Turquia tem não fossem mais do que suficientes para massacrar os curdos), a NATO (a que a Turquia pertence) fecha os olhos, a ONU não consegue intervir, a Rússia não que por em causa o bom relacionamento com Erdogan… Quando o massacre terminar, tudo voltará ao normal…

Assim se aceita o massacre de um povo cuja coragem foi determinante para a derrota do Estado Islâmico, cujo renascer a invasão turca pode possibilitar.

O Público de hoje, 14 de outubro de 2019, dá importância a esta questão: o enquadramento histórico por Rui Tavares (pg 48), a visão crítica do posicionamento da UE por Álvaro Vasconcelos (pg 27) e a situação no terreno por Ricardo Cabral Fernandes (pg.27).

E vem-me à memória o grito da minha adolescência: Vemos, ouvimos e lemos – não podemos ignorar!

António Avelãs