Trabalhar junto ao semáforo: a dignidade das artes de circo

“Acordo cedo, me preparo, vou para o semáforo. Isto é o meu trabalho” é o título de um interessante texto assinado por Ana Cristina Pereira e Adriano Miranda nas páginas 14 e 15 do Público de hoje, 15 de novembro de 2021. O texto é construído com base em conversa (entrevista?) com três artistas da arte do circo, sendo duas delas mãe e filha. Sublinham as artistas que aquele (malabarismos nos semáforos enquanto os carros não arrancam) é o seu trabalho, para o qual se prepararam profissionalmente, como nos preparamos para outros trabalhos. E é dele que vivem, com maiores ou menores dificuldades. Trabalho que assumem com dignidade e gosto. Sublinham que não são pedintes e contam como reagem às provocações que por serem mulheres alguns automobilistas lhes dirigem.

Já sabe: quando encontrar estes malabaristas que dão um pouco de cor à sua espera no semáforo, lembre-se que eles estão a trabalhar. E vá lá: pague pelo espetáculo que , mesmo sem o ter pedido, eles lhe oferecem!

António Avelãs