Todo o Mundo na Ucrânia.
Hoje queria falar sobre o protesto dos trabalhadores da Sudoberry em S. Teotónio, Odemira, Alentejo, Portugal, Europa, Planeta Terra.
Dizer da sua coragem, das suas razões e da infâmia que tudo isto representa para um país civilizado, para uma região, para um País, para a Terra.
Manifestar a minha solidariedade enquanto cidadão português, trabalhador e sindicalista.
Questionar o que pretendemos criar aqui, em plena Europa Ocidental dos valores e direitos humanos.
Interrogar a fantasia crescente de que nos vamos todos, os de bem, tornar em donos de estufas e empresas de sucesso, deixando para os menos capazes, os que não interessam, a função de “colaboradores” eternamente agradecidos por haver alguém que os orienta e protege na difícil arte de sobreviver.
Queria alertar para que a guerra é aqui, hoje, agora, todos os dias. Que a desumanização laboral não é apenas uma questão sindical mas sim um problema politico e civilizacional, que atravessa toda a sociedade, todas as sociedades, todos os países, todo o Mundo, a Ucrânia.
Hoje, todo o mundo está reflectido na Ucrânia.
Todos os desequilíbrios da nossa Civilização, mesmo os mais distantes e silenciados, conduziram o Mundo à Ucrânia.
Putin é o reflexo de um Mundo desatento, permissivo, ganancioso e umbiguista.
Os sinais estavam todos lá. Ninguém desconhecia a personalidade doentia de Putin. Ninguém se pode manifestar surpreendido com o que está a acontecer e todos sabemos que, com Putin, tudo isto pode ter consequências devastadoras.
E agora não há volta a dar, ninguém, excepto os Russos, está disposto a morrer pela Ucrânia.
Como na Crimeia, apesar da bravata Ocidental, é tudo uma questão de tempo.
Posto isto, só o povo Russo, como já o fez noutras ocasiões, poderá libertar-se deste novo imperador.
Ricardo Furtado