Somos Titanic
A propósito desta intervenção pré-coronovírica do Bill Gates de 2015 sobre o perigo e iminência de um pandemia global transmissível por via aérea e com longo período de incubação.
Ah, e ainda mais esta.
Não foi ouvido a tempo... Se ele não foi, quem poderia? O vírus é de uma lógica linear, simples, mas bruta e terrível.
E nunca nos escondeu ao que vinha nem qual a sua natureza. Um jogo às claras, que nunca quisemos assumir verdadeiramente como o maior e mais imediato desafio global.
Não exigimos aos nossos políticos que fizessem o seu trabalho para nos prepararmos e protegermos, sempre favorecemos eleitoralmente aqueles que nos ajudam a esquecer a realidade, em vez de a enfrentar com coragem e realismo.
Nem com super-estrelas como o Bill Gates se levantou atempadamente a vontade política para dar corpo ao saber acumulado na forma de medidas concretas e relevantes. Porque era incómodo e não era popular.
Penso que, infelizmente, temos o que merecemos. É tempo, também, que os chamados cientistas sejam mais do que meros funcionários do Estado e das multinacionais, sejam mais cidadãos, estejam mais à altura do dom que herdaram e da genealogia de Homens, que, lentamente, nos têm arrancado à barbárie e à ignorância.
Infelizmente o mesmo se aplica ao risco sísmico de Lisboa e zona litoral sul do país, que sabemos todos não ter sido devidamente acautelado ao longo do tempo. Alguém se lembra duma bandeira eleitoral em que se notasse a presença dessa prioridade? Algum político recebeu aquele extrazinho de votos devido ao seu excelente plano de intervenção, incluindo os milhões de euros a desviar de setores mais populares para requlificar cidades para as tornar mais sismorresistentes?
João Correia