Artigo:Ser professor no ensino público ou no privado? O que levou Maria e Vítor a escolher.

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Ser professor no ensino público ou no privado? O que levou Maria e Vítor a escolher.

No Público de domingo, 12 de junho, surge a reportagem com o título: “Ser professor no ensino público ou no privado? O que levou Maria e Vítor a escolher.

A razão desta minha escolha para notícia do dia, prende-se com a sua pertinência e atualidade do seu conteúdo.

Maria Sanches Ribeiro é professora de Biologia e Geologia. Exerce há 22 anos, mas nos primeiros 17 não saiu do 1.º escalão. Vítor Bastos, professor de Geografia há tantos anos como Maria, procurou estabilidade no ensino privado. É mais o que os une ou o que os separa?

Este é o cerne da questão desta reportagem de Daniela Carmo.

Segundo Daniela Carmo “Maria Sanches escolheu ser professora no ensino público. Esteve 17 anos a contrato, todos os anos um novo, sem saber ao certo onde daria aulas, até entrar, por fim, num Quadro de Zona. Nunca pensou desistir. É na escola pública que se realiza, apesar da burocracia que, diz, lhe consome tanto tempo. E de na escola pública, segundo relata, ter de assumir tarefas de assistente social, de psicóloga, de enfermeira. Tudo isso, para além das aulas.

Refere igualmente que: “Vítor Bastos também passou pelo ensino estatal, mas acabou por escolher o privado. As tarefas extra-aulas que a colega de profissão relata estão menos presentes no colégio onde trabalha. “Talvez seja uma vantagem do ensino privado. Fazemos apenas o necessário, com as direcções de turma por exemplo. Acho que a tendência, felizmente, é para tornar esta carga burocrática menos pesada, reflete”,

São apresentados da seguinte maneira os professores alvo desta reportagem: “ Maria Sanches Ribeiro dá aulas na Escola Secundária de Passos Manuel, em Lisboa, há cerca de cinco anos. Não está nos quadros do estabelecimento, mas sim colocada em Quadro de Zona Pedagógica, o que lhe permite não se afastar da área de residência. Mas nem sempre foi assim…” por outro lado” Vítor Bastos procurou a estabilidade no ensino privado ao fim de seis anos a mudar de escola. Mas passado algum tempo percebeu que essa mudança também lhe fazia falta e, por isso, optou por concorrer a horários reduzidos noutras escolas públicas, acumulando com o horário no colégio, onde entrou há 17 anos.”

A reportagem termina com os dois professores a justificarem as suas escolhas, não sem antes se ter falado das carreiras de cada um, das condições de trabalho, do horário, da carga burocrática, etc. Assim, é uma excelente reportagem, para aclarar uma reflexão mais longa sobre o assunto.

Mas como “princípio de conversa” esta pequena reportagem desperta a curiosidade. E para a aguçar ainda mais deixo estas palavras com que a professora Maria Sanches Ribeiro conclui praticamente a sua explanação “Foi uma opção minha porque eu não concebo uma educação que deixa qualquer jovem ou qualquer criança de fora. Eu não concebo uma selecção e nós estamos a falar da escolaridade obrigatória. Portanto, para mim, uma escola que selecciona alunos é uma escola que necessariamente está a deixar alunos de fora.”

 Ana Cristina Gouveia