Artigo:Sempre a precariedade

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Sempre a precariedade

Em Portugal, nos últimos anos, o sector da saúde tem sido sede de inúmeras greves de vários grupos profissionais; médicos. enfermeiros, técnicos de diagnóstico, entre outros. Reivindicam melhorias nas carreiras, salários e condições de trabalho.

Paralelamente temos assistido a um pouco aconselhável numero de pedidos de demissão de directores hospitalares e de chefes de serviço de varias especialidades.

Por estes dias soube-se que o dinheiro que o SNS gasta no pagamento de horas extraordinárias aos enfermeiros dava para contratar todos os enfermeiros necessários ao sistema.

Soube-se também que a contratação de médicos tarefeiros, para cobrir necessidades permanentes, custa vários milhões de euros ao ano.

O Primeiro Ministro afirma, quase todos os dias, que a dotação orçamental para a Saúde aumentou na recente legislatura.

Ora se gastamos mais dinheiro com a saúde e estamos todos, excepto Governo e aparelho do PS, mais insatisfeitos com os serviços prestados, isso quer dizer que algo vai mal na gestão e aplicação dessas verbas. Aqui é evidente a opção destes "socialistas" pela manutenção, e agravamento, das regras laborais que não aproveitam aos trabalhadores em geral.

De facto, se gastando o mesmo, podemos ter mais enfermeiros nos quadros e mais médicos em exclusividade no SNS, porque não o fazemos?

Só a ideologia explica esta opção. Hã que manter a clientela das empresas de sub-contratação e os hospitais suficientemente apelativos, em termos de recursos humanos, para os grandes grupos de saúde privados.

Ricardo Furtado