Sem memória não há futuro!
José Feliciano Costa
| Presidente do SPGL |
Ao longo do presente ano temos afirmado «SPGL tantos anos como Abril». De facto, a história da resistência à ditadura e ao fascismo, pela liberdade, bem como da fundação do nosso Sindicato, estão interligadas. Certos de que sem memória não há presente e não há futuro, e do papel insubstituível que cada professor(a) tem na luta contra o esquecimento e na transmissão da memória às novas gerações, reunimos neste caderno um conjunto de diferentes textos que têm como denominador comum a própria reflexão em torno da memória e como esta está a ser, ou não, trabalhada. Simultaneamente, apresentam-se também alguns dos ecos das próprias comemorações dos 50 anos do SPGL, um percurso que começa com um punhado de professores, os quais, mesmo quando os tempos se apresentavam negros, não desistiram. Depois, já com a Liberdade que Abril tornou possível e com a energia que a Revolução democrática lhes deu, semearam e construíram esperanças e fizeram este percurso de uma geração de professores a quem coube destruir a velha escola do fascismo e sonhar e construir a nova Escola de Abril.
Recordemos o percurso destes professores que, quando era preciso fazer tudo ou quase tudo, deram o corpo ao manifesto e construíram os novos e democratizados programas, construíram a autonomia e a gestão democrática das escolas, exigiram para as escolas um corpo docente profissionalizado e estável. Porque Abril é essencialmente o futuro e este só existe com memória, aqui fica este registo de 50 anos de intervenção e de luta persistentes, sempre percorrido junto dos professores portugueses, sempre na
construção de uma Escola Pública de Qualidade. Para que seja sempre Abril.
Texto original publicado no Escola/Informação n.º 308 | maio/junho 2024