SPGL – Departamento de Professores e Educadores Aposentados
6ª feira, 13 de Dezembro, um dia diferente
Éramos meia centena e marcámos encontro, às 15:30 na porta da Casa dos Bicos, a Fundação José Saramago, que percorremos numa visita guiada com a nossa colega Maria Leiria, reencontrando a cada passo, história, memória e mundo, nas palavras incomparáveis do nosso Prémio Nobel. Tivémos a companhia da nossa amiga Eula Pinheiro, que connosco fez a “Viagem do Elefante”, e é autora da obra “José Saramago: Tudo, Provavelmente, São Ficções; Mas a Literatura é Vida” um livro indispensável para os que amam a obra de Saramago no dizer de Pilar Del Rio que nos surpreendeu agraciando-nos com a sua presença.
Subimos até à Rua da Misericórdia, a maior parte de nós a pé, debaixo de uma chuvinha que invadiu repentinamente a noite sem que nos molestasse, já que a temperatura deste outono se mantinha primaveril.
Jantamos na Associação 25 de Abril, com o entusiasmo de sempre, mobilizando-nos para as próximas lutas e para a necessidade, cada vez mais imperiosa, da defesa de Abril.
De cravos nas mãos, entrámos no Teatro da Trindade para assistirmos à peça “A Noite” de José Saramago, encenada por José Carlos Garcia com um elenco de atores que nos transmitiu o sentir e o pulsar das emoções dos personagens de quem vestiram a pele, de forma excecional.
Aplaudimos de pé e lançámos os nossos cravos para as mãos dos atores que, com eles agradeceram os aplausos, uma, duas, três vezes. Uma senhora que não era do grupo, perguntava ao marido: - Isto é sempre assim? - E nós pensámos: - que bom seria, se assim fosse!
Saímos a perguntarmo-nos se os jovens que assistem a esta peça sentem o mesmo que nós, sem as referências que nos pautaram a vida. Despedimo-nos com um até breve e com a certeza da resposta. Porque somos professores seremos sempre capazes de transmitir aquelas referências e essa passagem de testemunho fará sempre parte da nossa luta e da nossa vida.