Sanções e dignidade
A certa altura escreve Rui Tavares na sua crónica do Público de hoje (4 de julho, última página): "É numa farsa que esta história das sanções se tornou. O que está em causa é eventualmente penalizar com um montante que pode ter mais relevância política que económica um país que se vem aproximando das metas orçamentais do euro..."
Num ano aliás em que a execução orçamental aponta para um défice inferior ao limite mágico dos 3%!
É a luz desta lógica que pode fazer sentido a obscura declaração de Maria Luís Albuquerque de que não haveria sanções se ela ainda fosse ministra. A UE- sugere Maria Luis - teria uma posição "amiga" com um governo da direita, mesmo que as contas continuassem más; mas ameaça ser implacável para o governo do PS com apoio parlamentar da esquerda, apesar das contas estarem a melhorar... e do período em que o défice foi superior a 3% - razão para as sanções- ser da responsabilidade do governo PSD/CDS.
Como defender a dignidade de Portugal face a tamanhos trafulhas?
A. Avelãs