Artigo:Sábado, 30 de Maio: não há duas sem três!

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António da Costa de Sousa Macedo, que liderou o então Ministério dos Negócios da Instrução Pública entre 22 de Junho de 1870 e 29 de Agosto de 1870, foi o primeiro Ministro da Educação do país. Até Dezembro de 1870, ano em que o Ministério dos Negócios da Instrução Pública foi extinto (sendo integrado como Direcção-Geral da Instrução Pública no Ministério do Reino), houve mais dois ministros interinos da educação. Um foi ministro apenas dois dias e o outro cerca de quatro meses. Só voltaria a haver Ministério da Educação, com o nome de Ministério da Instrução Pública e Belas Artes, entre 5 de Abril de 1890 e 3 de Março de 1892. Dos quatros ministros que passaram pelo cargo, nesta fase, três foram interinos. O último, José Dias Ferreira, para contrair as despesas, extinguiu por sua vez o reactivado Ministério da Instrução e integrou-o como Direcção-Geral no Ministério do Reino. Após a reorganização da Direcção-Geral da Instrução, promovida pelo governo de Hintze Ribeiro em Dezembro de 1901, os assuntos da Educação ficaram, imagine-se (!), na dependência do Ministério do Interior até 1913. Nos 13 anos que se seguiram, até à instauração da Ditadura Militar em 1926, houve mais 53 ministros da educação (!). Foi o período do Ministério da Instrução Pública. Nos 7 anos da Ditadura Militar (até 1933) houve mais 13 ministros. No período fascista de Salazar e Caetano (entre 1933 e o 25 de Abril de 1974) houve 14 ministros da educação, os últimos 10 à frente do Ministério da Educação Nacional. Nos últimos 35 anos tivemos 31 ministros da educação.

A dança tem sido constante. A educação tem sofrido sucessivos tratos de polé que atravessaram os séculos e se prolongaram até aos nossos dias. Não há forma de saber se algum dos 117 ministros da educação que Portugal teve entre 1870 e 2005 (início do consulado de Maria de Lurdes Rodrigues) conseguiu ser pior do que ela. Mas, parece não haver dúvidas, que a guerra civil que a actual titular do Ministério da Educação tem protagonizado, contra os professores e a Escola Pública, não tem paralelo na conturbada e miserável história da condução governamental dos destinos da educação do país nos últimos 139 anos.

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