Artigo:Roubo perpetrado por este governo nos salários é inadmissível. Protesto é assinalado, a partir de hoje, em todas as escolas do país.

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Com o pagamento dos salários de janeiro, os trabalhadores da administração pública, em geral, e os docentes e investigadores, em particular, puderam confirmar o roubo prometido e agora perpetrado pelo governo PSD/CDS-PP.

Com o alargamento do efeito dos cortes em toda a extensão da carreira docente, há uma diminuição muito significativa da despesa com salários, subsídios e outras remunerações.

Tendo em conta o facto de os cortes se iniciarem a partir dos 675,00 euros, há um conjunto de docentes que ainda não tinham sofrido qualquer corte no seu salário mensal, como é o caso de todos os professores e educadores contratados que passam a ter uma redução do valor ilíquido do seu salário de 7,51 % (índice 151).

Se tivermos em conta os que mais dificuldades têm em fazer face às elevadas despesas a que estão sujeitos, facilmente se depreende que para milhares de docentes esta será uma situação insustentável, só ultrapassável pelo apoio que inevitavelmente terão de receber de amigos e familiares, sendo estes, por esta via, também penalizados nos seus rendimentos disponíveis.

Com os novos cortes introduzidos pelo governo nos salários de 2014, o governo pretendeu compensar a receita perdida pelo impedimento (imposto pelo Tribunal Constitucional) de roubar um dos subsídios (de entre o de férias e de Natal), mas foi mais além. Mantém apenas 5 escalões de IRS agravando fortemente os impostos sobre os rendimentos do trabalho e pretende ampliar o desconto para a ADSE em março, para 3,5%, mais que duplicando a contribuição dos trabalhadores, em menos de ano e meio.

Vejamos o quadro da situação:

Escalão/Índice

Remuneração Base (de acordo com o ECD)

Remuneração Ilíquida após corte (OE2014)

Valor anual do corte no salário Ilíquido

Número de salários roubados aos docentes em 2014

Contratado/151

1.373,13 €

1.270,07€

1.442,84 €

1,1

1º Escalão/167

1.518,63 €

1.388,81€

1.817,52 €

1,2

2º Escalão/188

1.709,60 €

1.540,04€

2.373,78 €

1,4

3º Escalão/205

1.864,19 €

1.658,64€

2.877,70 €

1,5

4º Escalão/218

1.982,40 €

1.747,02€

3.295,43 €

1,7

5º Escalão/235

2.137,00 €

1.880,56€

3.590,15 €

1,7

6º Escalão/245

2.227,93 €

1.960,58€

3.742,92 €

1,7

7º Escalão/272

2.473,46 €

2.176,64€

4.155,41 €

1,7

8º Escalão/299

2.718,99 €

2.392,71€

4.567,90 €

1,7

9º Escalão/340

3.091,82 €

2.720,80€

5.194,26 €

1,7

FENPROF apela ao protesto a partir de hoje

O Secretariado Nacional da FENPROF, para além de ter posto a circular um estudo, por todas as escolas, sobre os cortes e os seus efeitos, tem em marcha um protesto, pelo que os docentes portugueses estão a fazer seguir, para o endereço de correio eletrónico do gabinete do primeiro ministro, a rejeição e o repúdio por esta medida.

As medidas que o governo tem tomado, como se fossem transitórias, estão a tornar-se cada vez mais graves e definitivas. Mas mais grave do que isto é ainda o facto de tais medidas apenas mascararem uma crise, cuja terapia tende a agravá-la e que tem por objetivos reduzir salários, destruir emprego, fragilizar as relações laborais e criar mais e maiores dependências do grande capital financeiro nacional e internacional.

O Secretariado Nacional