Artigo:REVISÃO DA ESTRUTURA CURRICULAR É ARMADILHA

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Os professores já perceberam a armadilha que está a ser montada pelo MEC para, em setembro, eliminar milhares de horários nas escolas. Trata-se de uma armadilha constituída por diversos elementos, de entre os quais se destacam a revisão da estrutura curricular, os mega-agrupamentos e medidas como o aumento do número de alunos por turma. Os que forem apanhados nessa teia ficarão sem horário e à mercê do desemprego ou de perigosíssimas mobilidades que constituem uma autêntica antecâmara do desemprego.

A revisão da estrutura curricular é um dos elementos estruturantes da violenta ofensiva que está a ser desferida contra as escolas, a qualidade do ensino e o emprego dos docentes. De acordo com o que pretende o MEC, são eliminadas disciplinas, entre outras medidas que, conjugadas, resultam em cerca de 10.000 professores a menos num setor que, nos últimos dois ano viu aumentar o desemprego em 225% (números oficiais do IEFP).

Docentes dos grupos de EVT e Educação Tecnológica têm, publicamente, assumido com maior visibilidade o protesto, mas a indignação é de todos e as consequências deste ajustamento dos currículos ao Orçamento do Estado atingirá muitos outros, desde logo, de Ciências, Música, Português, Matemática, mas não só.

Também se reconhece publicamente que esta “revisão” não mereceu aplausos de ninguém e, pelo contrário, muitas vozes aconselharam a avaliar o que existe, a definir com rigor o que se pretende e a avançar, então, mais tarde, com o que se necessita. Mas as Finanças são quem parece falar mais alto no governo e não querem abrir mão dos 102 milhões de euros que pensa poupar à custa, só nesta rubrica, do afastamento de milhares de professores das escolas.

Com o objetivo de contestar esta “revisão da estrutura curricular”, a FENPROF promove no dia 3 de Maio, em Lisboa, na Avenida 5 de Outubro (frente ao MEC) uma TRIBUNA PÚBLICA por uma verdadeira revisão curricular que corresponda às necessidades do ensino, da sociedade e dos cidadãos. Nesta tribuna serão feitos depoimentos por professores, por representantes das associações profissionais e científicas, por deputados e por representantes de outras entidades ou personalidades convidadas para o efeito.

No dia seguinte, 4 de Maio, em protesto contra esta revisão curricular e exigindo a sua suspensão, terão lugar CONCENTRAÇÕES DE PROFESSORES E EDUCADORES, ao final da tarde, junto às direções regionais de Educação situadas no Porto, Coimbra, Lisboa, Évora e Faro, ações que poderão estender-se, ainda, às regiões autónomas.

Em breve, a FENPROF disponibilizará mais informação a propósito destas duas importantes iniciativas dos docentes contra uma revisão da estrutura curricular que, como se afirmou inicialmente, não é mais do que um elemento de uma armadilha montada pelo MEC para eliminar professores nas escolas.

 

                                 O Secretariado Nacional