"Que se ganha com os chumbos?"

O recente estudo das publicações da Fundação Manuel dos Santos confirma o que no terreno os professores já têm como adquirido:  “chumbar” um aluno raramente significava que ele recupere do deu atraso, pelo contrário: tende a agravá-lo. “Chumbar” um aluno (ou retê-lo, como agora eufemisticamente sói dizer-se) é a atitude preguiçosa de um sistema que não quer apostar em mecanismos que lhe permitam recuperar atrasos - quase sempre conjunturais - nas aprendizagens. É uma forma aguda de seletividade social – nós sabemos quem são os que a Escola “retém” para a seguir excluir. Exclusão que também pode passar por “empurrá-los” logo “à primeira” para desqualificados cursos vocacionais - há que defender as “elites” destes “empecilhos”...
Duas notas finais:
1.Eu, ateu confesso e quase militante, proponho-vos uma visita atenta à Igreja do Sagrado Coração de Jesus (ali bem perto do Marquês de Pombal- Rua Camilo Castelo Branco), obra prima da equipa de Nuno Teotónio Pereira. Sentirão que há uma espiritualidade de dimensão humana muito para lá das religiosidades institucionais…
2. Marcelo ganhou as presidenciais. O milagre esteve perto, mas falhou por um bocadinho… Uma coisa nos alegra: aproxima-se o fim do cavaquismo – e isso não é mau…

António Avelãs