“Professores ganham ao governo e sindicatos levam nota positiva”
No Público de domingo, 26 de fevereiro, Clara Vieira, afirma “Não há volta a dar. A apreciação que os portugueses fazem sobre a actual situação dos professores é duplamente desastrosa para o Governo por contraponto à avaliação conquistada pelos sindicatos.”
A última sondagem da Universidade Católica para o PÚBLICO, RTP1 e Antena 1 mostra estes resultados. Nesta sondagem foram realizadas apenas três perguntas. Reproduzindo a escala de classificação em vigor no ensino secundário, perguntou-se “que nota de 0 a 20” davam os inquiridos “ao desempenho do Governo” e "ao desempenho dos sindicatos". Com uma avaliação média de 7,7 valores, o Governo chumba nesta avaliação e, pelas regras do secundário, nem a exame teria direito a ir, já que a classificação mínima para se aceder a estas provas é de 8,5 valores. Já os sindicatos ficam em terreno positivo com uma nota média de 11 valores.
O Cesop — Centro da Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica de Lisboa apresenta ainda outra forma de olhar para a avaliação que os inquiridos fazem: o Governo recolhe 42% de avaliações positivas (no caso, iguais ou superiores a dez); os sindicatos quase dobram esse valor — 72%.
Muitos professores têm dito que têm sido muitos os pais a manifestar apoio à sua luta. É esta também a posição dos inquiridos: 84% classificam as reivindicações dos docentes como “justas” (entre elas estão a recuperação do tempo de serviço congelado para efeitos da progressão na carreira).
As negociações prolongam-se desde Setembro. Os sindicatos reconhecem que o Ministério da Educação fez “pequenos avanços”, mas já anunciaram que não assinarão um acordo que não contemple a recuperação do tempo de serviço congelado.
No meio deste braço de ferro, é legítimo questionar “quem tem tido a melhor postura para se chegar a uma solução: Governo ou sindicatos?” Os professores ganham ao Governo. Este recolhe apenas 20% de opiniões favoráveis quanto à sua busca por uma solução. Os sindicatos somam 57%.
Ana Cristina Gouveia