Professores do quadro com pelo menos 50 anos já são mais de 60%
Este é o título de uma notícia do Público de hoje (28 de setembro de 2020), páginas 14 e 15, assinado por Clara Viana. Não é que nós, os professores, não tivéssemos já consciência disso, mas o facto de um jornal “de referência” lhe dar este destaque (surge também na 1ª página) reforça a necessidade, que o SPGL e a FENPROF têm insistentemente reclamado, de se enfrentar com urgência e lucidez o problema do envelhecimento da classe docente.
O artigo, aliás, reconhece que o envelhecimento se tem vindo a acentuar, tornando claro que há poucas entradas de professores contratados mais novos nos quadros. Contratados, 11% dos quais têm também mais de 50 anos!
O artigo relaciona o envelhecimento da classe com a progressiva falta de professores, afirmando que para esta falta concorrem também a falta de atratividade da carreira docente (baixos salários e muitíssimos anos como “contratado” para conseguir entrar na carreira) e o facto de muitos horários disponíveis serem “incompletos”, tornando inviável a deslocação de docentes de um lugar para outro mais distante-
O diagnóstico está feito e é consensual. Falta a lucidez política para encontrar as soluções. Nada indica que esta equipa ministerial esteja à altura deste desafio.
PS: Convido-vos ainda a ler o editorial de Ana Sá Lopes deste mesmo número do jornal. Uma resposta indireta, mas adequada, aos que questionam a existência de uma área de cidadania no currículo.
António Avelãs