Artigo:Precisam-se vacinas de vários tipos

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Precisam-se vacinas de vários tipos

Permitam-me que alargue ao domingo esta nota que se regista como sendo de 2ª feira e chame a atenção para dois textos que, embora de forma simbólica, são verdadeiras pedradas: Afirma Frei Bento Domingues, O.P. na página 24 da edição de domingo do Público: “Parece que ninguém está interessado numa vacina contra a guerra e ela existe: mudar de vida”. E a certo passo do mesmo texto: “Como diz Eduardo Galeano, as guerras sempre invocaram motivos nobres: matam em nome da paz, em nome de Deus, em nome da civilização, em nome da democracia e, se nenhuma dessas mentiras for suficiente, aí estão os grandes meios de comunicação dispostos a inventar novos inimigos imaginários, para justificar a transformação do mundo num grande manicómio, num imenso matadouro.”

E na página 2 do P2 desse mesmo dia, Vítor Belanciano escolhe para título da sua crónica: E a vacina da pobreza é para quando? E o autor termina de forma sibilina o seu texto: ”É verdade. As desigualdades, apesar de terem aumentado nas últimas décadas, são menores do que há um século. Porém, nos últimos 30 anos, fomos longe demais, acreditando que o livre fluxo de capitais, de bens e serviços, e a competição por mercados seriam suficientes para alcançar a prosperidade de que todos beneficiariam. Mas o que se vê agora é que os beneficiários são apenas alguns. Até quando?”

O (provável?) aprofundamento das desigualdades no período posterior à pandemia é o tema do texto de Sérgio Aníbal nas páginas 2 e 3 do Público do dia 25. Aí se pode ler: “Três economistas (…) lançaram uma proposta de criação à escala europeia, com caráter temporário, de um imposto sobre a fortuna dos 1% mais ricos. Os autores estimam que esta pequena parte da população detém 22,5% do total da riqueza da Europa. E que, cobrando durante dez anos uma pequena taxa adicional de imposto, seria possível financiar um plano de recuperação económica equivalente a 10% do PIB europeu – isto é, mais do dobro do plano de 500 milhões de euros recentemente proposto pela Alemanha e França”

Leia o texto todo que vale mesmo a pena!

António Avelãs