Portugal, um país aquém

Foi esta semana publicado o Retrato de Portugal na Europa 2018. Das oito metas europeias para o ano 2020 que haviam sido estabelecidas em 2010, Portugal cumpre apenas três: redução do número de pessoas em risco de pobreza, das emissões de gases com efeito de estufa e do consumo de combustíveis fósseis. Por sua vez, a taxa de abandono escolar precoce continua acima dos 10%, a percentagem de pessoas com ensino superior permanece abaixo dos 40%, menos de 75% da população entre os 20 e os 64 anos de idade está empregada, estamos ainda bastante longe dos 2,7% do PIB no que toca a investimento em investigação e desenvolvimento e o consumo de energia de fontes renováveis continua abaixo dos 31%. No cômputo geral, e quando faltam menos de dois anos para 2020, Portugal continua aquém dos objetivos. Se, nalguns indicadores, os objetivos parecem estar ao alcance do país, noutros, a distância é ainda demasiado grande. Particularmente, no que toca à investigação e desenvolvimento, aspeto decisivo para projetar o futuro do país, o desenvolvimento da sua economia e sociedade, o investimento continua bastante abaixo do objetivo ambicionado. Não basta, porém, alcançar essa meta. É preciso avaliar a qualidade e o sentido do investimento realizado.

André Carmo