Dia 9 de Outubro, na Sec. Camões (ver programa em www.spgl.pt)

Durante muitos anos o Dia Mundial do Professor passou “despercebido” em Portugal. Porque coincidia com o feriado do 5 de Outubro, certamente, mas, como agora se torna claro, fraca justificação era essa. Uma pequeníssima associação profissional preteria o Dia Mundial, em 5 de Outubro, a favor de uma data “nacional” – o Dia de Nossa Senhora das Candeias, 2 de Fevereiro, se a memória não me atraiçoa.

A Internacional da Educação (IE) aproveita esta data para realçar o enorme esforço que os docentes fazem em países onde ser professor é uma aposta arriscada, seja pela natureza repressiva dos regimes, seja pelo atraso na educação básica que se verifica ainda em muitos países. Mas aponta também a dura luta pela necessidade de dignificar, em todo o lado, a profissão docente.

E, sem esquecer anos anteriores, creio poder afirmar que foi a necessidade de defender a dignidade da profissão contra o obscurantismo político e pedagógico de Maria de Lurdes Rodrigues e da sua equipa que possibilitou a primeira comemoração com impacto público em Portugal do Dia Mundial do Professor – uma (então) enorme manifestação de docentes, convocada por quase todos os sindicatos, reuniu 25000 professores e educadores, com bandeiras de várias cores e vários dizeres, de entre os quais se destacava o de “Professores em Luta”. Era então o dia 5 de Outubro de 2006. Estava já em marcha o maior atentado feito à classe docente após 1974. Uma senhora que destilava ódio e incompetência mentia descaradamente de modo “a ganhar a população “ mesmo perdendo os professores – a afirmação é mesmo dela.

Apesar da forte resistência e das gigantescas manifestações posteriores de toda a classe, a imagem do professor estava duramente atingida: para essa equipa - que teve sempre o apoio de Sócrates - os professores eram uns incompetentes, uns “faltistas”, não trabalhavam, e, a ofensa extrema, não se interessavam pelos seus alunos – quando um aluno abandona a escola é porque já foi abandonado pelos professores – sentenciava a ignorante ministra.

A partir dessa memorável data, a comemoração do Dia Mundial do Professor, no seu devido dia, 5 de Outubro, ou nos dias mais próximos quando o feriado assim o justificar, passou a estar na agenda obrigatória dos mais representativos sindicatos dos professores. Com o objectivo claro de resgatar a profissão dos “tratos de polé” que sofreu e tem vindo a sofrer, de fazer com que os docentes retomem a alegria de quem prepara e defende o futuro. De quem teima em acreditar que a escola, nomeadamente a Escola Pública, vale a pena desde que seja um espaço de realização profissional dos professores e educadores, assente em sólidas e actualizadas aprendizagens e formação cívica dos alunos.

Esse papel insubstituível da Escola Pública e, nela, dos professores e educadores, será o motivo central da sessão que os sindicatos da FENPROF vão promover no dia 9 de Outubro, na Escola Secundária de Camões. Contamos com a sua presença.