Artigo:Paz anseio dos povos

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Paz anseio dos povos

A paz é um direito humano fundamental, sabendo-se que o futuro da Humanidade depende da paz que formos capazes de construir. 

Ilda Figueiredo  | Presidente da DN do CPPC

Os povos anseiam a paz e exigem o cumprimento dos princípios da Carta das Nações Unidas, tal como, em Portugal, a Constituição da República Portuguesa (artigo 7º) sublinha, designadamente quando pugna pela solução pacífica dos conflitos internacionais e rejeita o colonialismo e quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração entre os povos, defendendo também o desarmamento geral, simultâneo e controlado.

Como se sublinhou no III Encontro pela Paz, realizado no passado dia 28 de outubro, em Vila Nova de Gaia, com o lema “Nos 50 anos de Abril, pela paz não somos demais”, organizado por 13 organizações, incluindo a FENPROF, mas em que participaram cerca de 100 envolvendo 800 participantes, é fundamental tomar posição e esclarecer a verdade, como o CPPC procura fazer com a educação para a Paz em colaboração com professores em muitas escolas, e promover a cultura da paz com todos os verdadeiros amantes da paz.

Num tempo tão complexo como o que estamos a viver, em que estes princípios estão a ser sistematicamente postos em causa, com destaque para o que se passa na Palestina, com o estado de Israel a prosseguir a ocupação, a repressão e a chacina, importa multiplicar esclarecimentos, iniciativas diversas a denunciar a situação e a exigir a paz.

Na faixa de Gaza, em quatro meses de bombardeamentos de casas, infraestruturas e equipamentos essenciais, incluindo a destruição de hospitais e escolas, já mataram cerca de 30 mil palestinos, dos quais mais de 12 mil crianças, feriram mais de 65 mil pessoas e mantêm um cerco impedindo ou dificultando o abastecimento de água e outros bens essenciais, condenando à fome uma população de mais de dois milhões de pessoas.

Entretanto, os EUA continuam a vetar um cessar-fogo na Faixa de Gaza e, pela sexta vez, impediram, com o seu veto, a aprovação de uma resolução no Conselho de Segurança da ONU visando o cessar-fogo imediato e o apoio humanitário.

Em Portugal, como noutros países, em múltiplas manifestações tem-se exigido o fim ao massacre e denunciado a cumplicidade com os crimes de Israel, recordando que são norte-americanas muitas das armas utilizadas contra a população da Faixa de Gaza.

Assim, aqui fica também o apelo à continuação da mobilização, pois na defesa da paz todos não somos demais, em torno de um cessar-fogo imediato e permanente na Faixa de Gaza, da entrada sem limitações da necessária ajuda humanitária, da reconstrução do território, do fim da ocupação, com desmantelamento dos colonatos, postos de controlo militares e muros, pugnando pela criação do Estado da Palestina independente, soberano e viável nas fronteiras anteriores a junho de 1967 - Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, reconhecida como capital - com a garantia do direito ao regresso dos refugiados.

Esta é uma causa importante e indispensável à paz no Médio Oriente e no mundo, uma paz que só será duradoura se for justa, baseada nos direitos inalienáveis dos povos e no respeito pelo direito internacional.

Texto original publicado no Escola/Informação n.º 307 | jan./fev. 2024