Artigo:Pára tudo! O Sri Lanka entrou em default.

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Pára tudo! O Sri Lanka entrou em default

Numa altura em que nos EUA se segue com muito mais interesse as "cenas" do divórcio de Johnny Depp do que a guerra na Ucrânia, que já faz parte do dia a dia,  e em que ficámos a saber, pela Oxfam, que a cada 30 horas o Mundo produz mais um multimilionário, a noticia económica de destaque neste início de semana foi a incapacidade do Sri Lanka pagar a divida.

Num País em emergência generalizada, com fome, miséria, perseguições, falta de combustíveis e transportes,  o que não pode acontecer, para bem do funcionamento da economia global, é que deixe de pagar aos credores internacionais. Isso sim é noticia e grave.

Menos propalada, mas bastante mais interessante, numa perspetiva de equidade e justiça social, foi a tomada de posição de alguns multimilionários Ingleses no sentido de lhes ser imposta uma taxa adicional sobre os desmensurados e obscenos lucros que têm obtido ultimamente. Por cá, a Windfall tax, foi tratada como vimos.

Esta tomada de consciência de que o rumo da economia global atual é antagónico ao desenvolvimento social que, apesar de tudo, ainda vai acontecendo nas nossas sociedades, poderá ser entendido como um indicador positivo para o futuro.

Neste sentido, de que algo de justo possa acontecer na economia mundial, são preocupantes as reflexões da Comissão Europeia sobre a economia Portuguesa, nomeadamente a patética, mas intencional claro, recomendação sobre politica salarial.

Por último recomendo a leitura de um livro sobre os "feitos de uma resistente" francesa, "Annette, Epopeia de uma Heroína" da autoria da alemã radicada em frança, Anne Weber, que, para além de muitas outras coisas, contém uma curiosa interpretação do "castigo" de Sísifo, que muito nos pode ser útil na forma como encaramos a nossa atividade sindical.

Ricardo Furtado