Artigo:PARA QUEM É, BACALHAU BASTA

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Os dados, aparentemente absurdos, estão bem à vista. Aumenta-se para 30 o número de alunos por turma mas simultaneamente despedem-se professores. Mantêm-se nas escolas professores com “horário zero” ao mesmo tempo que colegas da mesma disciplina têm 7 ou mais turmas, isto é, por vezes mais de 200 alunos. Definem-se novas linhas para o combate ao insucesso escolar mas não se permite às escolas que tomem as medidas que caso a caso melhor respondam a esse objetivo, aliás posto em causa com o aumento de alunos por turma. Reclama-se - e bem - o princípio da inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais mas é cada vez maior o número de escolas que não cumpre as reduções da dimensão das turmas previstas para estas situações.

Mas só aparentemente isto é absurdo: há de facto uma linha condutora nestas várias medidas: depauperar a escola pública, torná-la mais barata à custa da qualidade. Fiel ao seu programa ultraliberal, o governo não engana: também a educação, ainda que por caminhos um pouco indiretos, se deve tornar uma “mercadoria” – quem tiver mais dinheiro compra “do melhor”, para o comum dos mortais, “bacalhau basta”.

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