Os professores têm uma responsabilidade fundamental no combate ao populismo, ao ódio e à discriminação
«A história repete-se sempre, pelo menos duas vezes», disse Hegel. De facto, nada pode ser dado por garantido e mesmo em democracias consolidadas, o perigo espreita sempre.
Este perigo alimenta-se da frustração, da miséria, da expetativa de momentos piores no futuro, da raiva, da impaciência, do sentimento de desamparo. Estes são os terrenos férteis para a sua ascensão.
Este perigo chama-se extrema-direita e mina a democracia, colocando-a em risco, é esta a sua génese. Ganha força pela aceitação social que a normaliza, a desculpa de comportamentos inaceitáveis, de posições intoleráveis, de promessas que não são cumpridas, do arrastamento e do agravamento de problemas.
Depois começa, paulatinamente, a instalar-se o controlo do aparelho de estado, o ataque aos partidos, aos sindicatos, o ataque à lei da greve, como, por exemplo agora na Argentina de Milei.
Defender a democracia exige, por isso, uma firme convicção, mas também ações e políticas que resolvam problemas concretos.
Os professores, pelo relevante papel social que desempenham, têm uma responsabilidade fundamental neste processo de combate ao populismo, ao ódio e à discriminação.
Foi desta forma que centenas de delegados se expressaram, aprovando uma moção no 15.º Congresso Nacional de Professores, realizado em Lisboa nos dias 16 e 17 de maio, na qual se destacava: «A FENPROF tem como um dos seus princípios basilares a defesa da liberdade e da democracia, também através da Educação, considerando que os docentes, no exercício da sua profissão, deverão assumir os valores que lhes estão inerentes.»
Coube ao SPGL receber o 15.º Congresso, num momento em que se aguardava uma clarificação da situação política.
No entanto, como foi afirmado a poucas semanas da realização deste seu décimo quinto Congresso, a FENPROF, não fará depender a sua ação, nem alterará os seus objetivos reivindicativos em função do governo e da maioria parlamentar que resultar das eleições.
Por isso, a FENPROF que saiu do Congresso, com uma nova direção, continuará a ser a mesma Federação que tem como objetivo central do seu processo reivindicativo a luta, por uma profissão com futuro e uma Educação pública de qualidade.
Estaremos neste projeto sempre empenhadamente com os professores, pois todos sabemos que o êxito da nossa ação reivindicativa está fortemente ligado à atividade que for desenvolvida pela FENPROF e pelos seus Sindicatos nas escolas.
No primeiro contacto com a equipa que vier a tutelar a Educação e a Ciência, apresentaremos o caderno reivindicativo aprovado no Congresso, afirmando que estamos disponíveis para uma efetiva negociação. Todavia, se tal não vier a acontecer, afirmaremos a disponibilidade dos professores para a ação e para a luta.