Os problemas das escolas públicas há muito que foram identificados e denunciados pelos professores e sindicatos que os representam
Foram hoje publicados resultados dos últimos testes do PISA em 2018, que atiram Portugal para o terceiro lugar no índex dos países com maior escassez de recursos humanos no ensino público, sobretudo no que respeita aos assistentes operacionais. Os mesmos teste revelam que, à data, Portugal continuava a ser um dos países não só com maior número de reprovações (26,6% dos alunos portugueses inquiridos, com 15 anos, já tinham reprovado pelo menos uma vez no seu percurso escolar), como também a probabilidade de estes serem oriundos de meios carenciados era 12,23 vezes superior.
Seria ótimo termos a capacidade de repetir os mesmos testes neste momento de pandemia e obter imediatamente os resultados. Certamente, comprovariam o agravamento da situação nas escolas, muitas das quais a funcionar sem o número mínimo de assistentes operacionais, imprescindíveis para o funcionamento das escolas e a segurança de todos, devido quer a uma legislação cega que estipula um rácio de assistentes operacionais tendo em conta unicamente o número de alunos - sem considerar outros fatores como a arquitetura de espaços -, quer ao número de funcionários pertencentes a grupos de risco, que testam positivo ao COVID 19 ou que se encontram de quarentena.
Contudo, se o diagnóstico foi há muito realizado, é totalmente inaceitável que não tenha havido um esforço para minimizar os problemas.
Quando é que a educação será uma das principais prioridades do país?
Paula Rodrigues
Veja o artigo do Público aqui.