Os Elefantes do PS
Na berra, uma autêntica manada, por ordem arbitrária de gravidade:
- Um aeroporto num estuário de importância mundial, a somar ao Freeport;
- a negociata do Lítio;
- a entrega (revogada) do tratamento dos lixos orgânicos à Mota-Engil sem concurso público;
- O tamanho do governo;
- A passividade com a Espanha no que refere aos caudais do Tejo.
Achando tudo isto normal, como poderá um governo considerar como justa e necessária a devolução do tempo de serviço aos professores? Dá ideia que não passa de uma máquina de cálculos políticos, a somar votos e apoios daqui e dacolá, sem propriamente possuir e irradiar uma genuína preocupação pelos valores éticos e morais, sem os quais não existe verdadeira política. Perdeu os professores, ganhou os portugueses, foi eleito portanto, e isso basta-lhe.
Mas neste início de mandato, na descontração e despreocupação do início de legislatura, a esquizofrenia mostra-se em toda a sua pujança, quase sem pó-de-arroz nem rimmel, com o PS a ser e a parecer um pesadelo democrático.
Algo na cabeça do PS está profundamente errado, quando insiste em parecer uma agência de empregos para os amigos, um caterpillar trumpiano a arrasar o que de mais precioso temos a nível ambiental, um angariador de negócios chorudos para gente pouco recomendável e, que, ainda por cima, passa por cima de mecanismos básicos de proteção dos direitos dos agentes económicos, nomeadamente dos concursos públicos transparentes.
Muito mau começo, quase incompreensível do ponto de vista da gestão da imagem política, coisa muito preciosa e essencial hoje em dia.
João Correia