Artigo:“Os Corvos que para aí andam”

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“Os Corvos que para aí andam”

Hoje em dia não é fácil escrever, sem se ser contaminado pelas notícias e pelo ambiente geral totalmente dominado pela pandemia do coronavírus. As redes sociais, até as piadas estão totalmente centradas nisso. Correm-se os olhos pelos jornais e, para além dos números, dos gráficos, das tabelas, são as palavras estranhas que dominam: cordão sanitário, estado de excepção, estado de emergência, silenciar jornalistas, poderes plenipotenciários, cruzada racista, vírus chinês, autocracia, cibercrime…

Mas, detenho-me no interessante artigo de opinião de Álvaro Vasconcelos “Os corvos que para aí andam” na página 14 do “Público” de hoje. Partindo do conhecido filme de Hitchcock – “Os Pássaros” – e da metáfora do medo que dominava aquela comunidade receosa da invasão dos corvos, qual vírus pronto a atacar, há forças que, mesmo podendo estar momentaneamente silenciosas, não dormem e aguardam a sua vez para atacar: a extrema-direita e os neofascistas. O medo que é ampliado pelas notícias sensacionalistas, pelas notícias pseudo científicas, pelas fake news, e que se espalham como fogo na palha, precisam de ser barradas por informação rigorosa, fazendo quanto possível, numa situação de auto-isolamento e de confinamento das pessoas, que essa informação se sobreponha ao desânimo, passividade e derrotismo que a crise actual e as suas consequências naturalmente acarretam.

Termino, transcrevendo alguns excertos do artigo de opinião a que me refiro.

Para derrotar o vírus em democracia, para vencera paralisia que o terror cria, é indispensável ter confiança nos cidadãos, garantir uma informação rigorosa e mostrar que a pandemia pode ser vencida.”

“… a falta de solidariedade é um perigo mortal”

“Mas outro destino é possível. Desta pandemia pode sair uma Europa mais democrática e fraterna, liberta do dogma do neoliberalismo, mais determinada e eficaz na defesa da vida na casa comum que é a Terra. Em suma, que a comunidade das Nações democráticas da Europa volta a ser uma esperança para o Mundo”.

Almerinda Bento