Artigo:“O Meu Livro Quer Outro Livro” - ”Um Muro no Meio do Caminho”, de Julieta Monginho

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“O Meu Livro Quer Outro Livro”

”Um Muro no Meio do Caminho”, de Julieta Monginho

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Decorreu no dia 15 de Janeiro mais uma sessão organizada pelo Departamento de Professores e Educadores Aposentados em que o livro apresentado foi ”Um Muro no Meio do Caminho”, de Julieta Monginho, magistrada, formadora, escritora. Esta obra foi galardoada com o Prémio Literário Fernando Namora 2019 e o Prémio Pen Clube Português 2019.
Iniciou-se a sessão com a apresentação das questões de âmbito sindical, pela dirigente Isabel Gaspar que referiu algumas notas sobre o momento reivindicativo que estamos a viver, nomeadamente sobre a atualização de todas as  pensões, salientando as ações de luta em curso.
De seguida fez-se a apresentação do livro que esteve a cargo do escritor José Manuel Mendes, Presidente da Associação Portuguesa de Autores.
O escritor iniciou a sua intervenção, referindo a profunda emoção de ali encontrar «amigos, sem os quais, o melhor que fez na vida não teria sido possível». Considerou que o público presente era como um «clube de leitura», que é a «afirmação plena do poder partilhado. O debate de um livro é o fazer renascer desse livro».
«Um Muro no Meio do Caminho é um exemplo do que importa num clube de leitura.» Sendo o leitor «livre de mover-se através da polissemia, a partir do contexto em que está inserido, esta obra é um exemplo de que a complexidade e a simplicidade não são incompatíveis».
Disse ainda que «a sageza incomum da arte de narrar» está também em suscitar uma leitura que não seja literal e evidencie a necessidade de entender os vários significados que nos são propostos.
Seguidamente, Julieta Monginho agradeceu o convite que Almerinda Bento lhe dirigira para estar neste espaço. Entre outros agradecimentos, referiu o que devia a Hélia Correia, que a incentivou à escrita do livro, sem a qual a viagem humanitária à Grécia não ficaria completa e acrescentou que a obra é dedicada à amiga Celeste que a acompanhou nesta aventurosa viagem e de quem cita as seguintes palavras «cada um de nós pode fazer tão pouco, ao menos que esse pouco seja feito.».
Mostrou-se emocionada por estar com professores uma vez que estes não têm hoje a imagem pública que lhes é devida, com a dignidade que merece a profissão «mais importante de sempre» porque a eles cabe «fazer de um pequeno mundo um mundo maior».
Alguns colegas presentes intervieram manifestando o interesse e agradecimento pela obra e pela escritora, destacando-se as palavras de Albertina Pena que considerou ser o livro «um manifesto contra a situação dos refugiados e um alerta na nossa consciência».
Seguiu-se o espaço habitual para a troca de livros. Leonoreta Leitão deixou para troca «Ombro, Arma!» de José Manuel Mendes e «Célia e Celina» de Maria Isabel Barreno. Acerca de «Ombro, Armas», Leonoreta Leitão contou que se tratava de uma das obras que tinha para premiar trabalhos dos alunos que se distinguiam, na realização do seu projeto pedagógico «Escalada Pela Paz». Escolhera ainda «Célia e Celina» de Maria Isabel Barreno porque esta, entre outras escritoras, nomeadamente Maria Teresa Horta ou Maria Velho da Costa precisam saír do esquecimento a que foram votadas.
José Manuel Mendes agradeceu, emocionado, o gesto de Leonoreta Leitão, «amiga tão querida e venerada de sempre». Seguidamente leu um excerto da obra apresentada, que dedicou ao seu «irmão» Paulo Sucena que agradeceu e elogiou a forma como José Manuel Mendes tinha feito a reescrita do livro de Julieta Monginho.
José Feliciano Costa, Presidente do SPGL, saudou os escritores convidados e salientou a qualidade do trabalho desenvolvido pelo Departamento de Aposentados, deixando um forte estimulo para a sua continuação.
Terminámos a sessão com o espaço de confraternização habitual entre os cerca de cinquenta convivas presentes na sessão que manifestaram o seu agradecimento pelo que ali se realizou incentivando o Departamento a continuar.