Artigo:O meu livro quer outo livro - Sebastião da Gama "O poeta da Arrábida", por Inês Veiga

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Sebastião da Gama, o Poeta da Arrábida

Por Inês Veiga

Em 25 de Março de 2017, no espaço ABC do SPGL, o Departamento de Professores e Educadores Aposentados e o Departamento da Cultura celebraram o Dia mundial da Poesia com uma sessão sobre Sebastião da Gama, o Poeta da Arrábida, apresentada por Inês Veiga, seguida da leitura de alguns poemas.

Leonoreta Leitão iniciou a sessão apresentando, para empréstimo, o “Diário”, ainda na sua 1ª capa.

Seguiu-se Inês Veiga que, para o mesmo efeito, trouxe: “Diário”, “Campo Aberto”, “Serra Mãe” e “Pelo Sonho é que Vamos”.

A apresentação de Inês Veiga teve subjacentes três linhas orientadoras:

O que é a Poesia?

Porquê o Poeta da Arrábida?

Sebastião da Gama, os seus amigos e o que dele diziam.

O que é a Poesia?

Ouvimos um poema lido por Carmen Dolores, “Ai deixa, deixa lá que a poesia…Não sabe que existe, nem sabe que está nua, nem sequer sabe que existe.”

Da obra “Serra Mãe”, referiu o poema “Viesses tu poesia e o mais estava certo”.

Quando Francisco Fanhais cantou (em vídeo), o clima de magia e simbolismo instalou-se na sala e compreendemos como as palavras do poema são intemporais e simbólicas e como disse Inês Veiga elas são “uma censura à censura”.

Por quê o Poeta da Arrábida?

Foi projetada a imagem da Pedra da Anicha, local onde Sebastião da Gama escreveu muitos dos seus poemas.

“Nunca estive tão feliz. Nunca tive tanta confiança na vida…”, escreveu numa carta a Matilde Rosa Araújo.

No Forte da Arrábida viveu com a família, devido à doença de que viria a morrer aos vinte e sete anos.

A Natureza que o rodeava e que impregnou a sua poesia está bem presente na obra “Serra Mãe”.

Constituiu a motivação para a criação da LPN – Liga para a Proteção da Natureza, em 1948, a primeira associação ecologista portuguesa, uma carta sua, enviada em agosto de 1947, para várias personalidades, a pedir a defesa da Serra da Arrábida.

 

O que diziam os seus amigos?

Fez amizade com muitos escritores do seu tempo que conheceu através das revistas semanais que publicavam os seus poemas e na Faculdade de Letras de Lisboa, onde se formou.

Lindley Sintra prefaciou “Serra Mãe”, Hernâni Cidade escreveu o prefácio de “Diário” e “Pelo Sonho é que Vamos” teve prefácio com autoria de Rui Belo. Inês Veiga referiu ainda Sofia de Melo B. Andresen e Maria de Lurdes Belchior tendo sido desta última o prefácio de “Campo Aberto”.

Matilde Rosa Araújo escreveu em “Távola Redonda”: “É isto, Sebastião o que tu sentiste, até ao fim - a tua vida integral, pura e luminosa.”

Em 1954 “ficou mais pobre o mundo” como disse Maria de Lurdes Belchior.

Quando conheceu Sebastião da Gama e os seus escritos, José Régio escreveu: “Louvado seja Deus, ora aqui está um poeta! Um verdadeiro poeta!”

Inês Veiga salientou que Sebastião da Gama tem sido esquecido mas apresentou em vídeo, o grupo musical “d’alma”, que canta poetas entre os quais Sebastião da Gama. Salientou que estas escolhas feitas por bandas jovens ajudam a trazer até nós poetas esquecidos.

A apresentação de Inês Veiga foi uma lufada de ar fresco, parecendo vinda da Serra da Arrábida, bem estruturada, apresentada de forma leve, com momentos variados. Foi um arrepio de beleza, perturbado às vezes, pelas partidas da tecnologia, essa mesma que também ajudou a prender a nossa atenção e emoção ao conteúdo da mensagem.

Seguiu-se a leitura de poemas: Marcos Pinheiro leu “Pelo sonho é que Vamos” e ”Viesses tu, Poesia…”. Leonoreta Leitão lembrou que tem em sua posse as cartas que Sebastião da Gama lhe escreveu e leu o texto que lhe dedicou quando o poeta morreu. Revelou-nos ainda que o poema “Desenho” pertencente à obra “Cabo da Boa Esperança”, lhe foi dedicado. Orlando Rolo leu de sua autoria: ”Poema da Coisa Subentendida” , “Aranhas do Bangladesh” e “ O CÉU de lama de um CEO1\1.

Joaquim Pagarete leu “Papagaio de Papel”, também de Sebastião da Gama, da obra “Itinerário paralelo”.

Leonoreta Leitão leu o seu 1º poema, publicado na “Seara Nova”, quando tinha quinze anos.

Margarida Lopes apresentou o seu “poema”: arranjos originais de plantas em recipientes originais. Como disse Sebastião da Gama e ela citou: “Viesses donde viesses, Poesia…”

Nota: Muita informação, vídeos de imagens e poemas recitados, referidos neste apontamento, podem ser encontrados no You tube.

Os poemas lidos serão publicados no sítio do Departamento de Aposentados.

 

https://www.youtube.com/watch?v=Pw4vaQKkmfo&t=16s


“ Sebastião da Gama - Um poeta da Serra da Arrábida 
por Orlando Rolo”


Poemas lidos no Dia mundial da Poesia no Espaço ABC