Artigo:"O grito de alerta de 15 mil cientistas sobre o futuro do planeta"

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"O grito de alerta de 15 mil cientistas sobre o futuro do planeta"

Diário de Notícias, 13/11/2017

Valerá a pena comentar além do que está escrito no artigo, a invocação costumeira do fim, do abismo iminente, do apocalipse prazenteiro e silencioso a que a nossa espécie se votou, por efeitos da hipertrofia evolutiva do neocórtice cerebral?

Aos que calcorream este planeta há umas quantas dezenas de anos, não faltaram a manifestação das mais diversas evidências de que por mais indignação que uma pequena minoria possa sentir pelo rumo do ecocídio em curso, tudo continuará mais o menos na mesma, até aos nossos não muito distantes descendentes não restar mais do que uma rocha abrasada e estéril, em vez do planeta pujante de vida e beleza que recebemos antes da industrialização do século XIX. 

Valorizamos cada vez mais o mundo digital, convertido em pixeis, ou então mastigado pela máquina pródiga do mercado, formatador mor da realidade em nome do nosso malamanhado hedonismo. Vagueamos demasiado submersos nos subúrbios intoxicantes de redes sociais e fealdades afins, a pontos dum pássaro ou uma árvore ser uma invocação, quiçá, do verdadeiro pássaro, da verdadeira árvore, que existem no mundo virtual.

Real, virtual? Que diferença faz? A verdade é que já não me apetece importar-me com nada, pois tenho tudo o que preciso, dentro da caixa craniana. Chegam-me os botões para ligar e desligá-lo. O teclado é o meu mundo. 

João Correia