O Futuro do trabalho – uma visão crítica
Elísio Estanque, in Público, 26 janeiro, pg.28.
Num texto de leitura fácil, Elísio Estanque reconhece que não é possível regressar ao paradigma sobre o trabalho criado no pós-segunda guerra, paradigma consubstanciado no Estado-providência e em legislação laboral que tendia a proteger os direitos dos trabalhadores e a negociação coletiva.
O autor analisa as alterações introduzidas na conceção de trabalho, nos direitos laborais e na definição de “classe operária” pela novas formas de produção: as novas tecnologias, a robótica, as work platforms, a uberização, sublinhando o modo como o neoliberalismo foi ganhando terreno e destruindo a segurança anteriormente conquistada. Este modelo económico e de produção, sublinha o autor, acentua as desigualdades sociais, conduz a uma intensificação do tempo e ritmo do trabalho, promove a pobreza, a estagnação salarial e o aumento da conflitualidade, ao mesmo tempo que impõe a individualização das relações de trabalho, combatendo a negociação coletiva.
Como deve o movimento sindical, que o autor reputa de muito importante, repensar-se para responder a este novo (lamentável) paradigma?
Em suma: um texto que interessa a todos, mas muito especialmente aos sindicalistas.
António Avelãs