Artigo:“O Estado opressor é um macho violador” – Protesto de mulheres chilenas no Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres

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“O Estado opressor é um macho violador” – Protesto de mulheres chilenas no Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres

Nos últimos tempos têm-nos chegado notícias do Chile nem sempre pelos melhores motivos. Os protestos populares já levaram às ruas mais de um milhão de manifestantes dos quais resultaram, até ao momento, 22 mortos e mais de 2000 detidos, para além de denúncias de brutalidade e violência policial, das quais se destacam casos de tortura, violação e desaparecimento de manifestantes.

Esta semana, porém, o país volta às bocas do mundo, desta vez devido a uma iniciativa de um grupo ativista dos diretos das mulheres, Lastesis, que no passado dia 25 de novembro, Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, voltou a colocar o país no centro das atenções mediáticas, através de uma iniciativa que rapidamente se tornou viral, atravessando fronteiras e continentes, emocionando pessoas em todos os cantos do mundo. O desafio foi lançado, através das redes sociais, às mulheres chilenas e o seu objetivo era assinalar esta data através de uma performance coletiva com letra e coreografia pré definidas e na qual as participantes apareciam com os olhos tapados com uma venda preta. Centenas de mulheres chilenas aceitaram o desafio e em lugares estratégicos da capital, como o Tribunal de Justiça ou o Campus da Universidade Mayor, de olhos vendados, protestaram contra o femicídio, numa campanha de sensibilização da população para o drama das mulheres, de denúncia da impunidade e de exigência ao governo chileno para que ponha fim à impunidade e adote medidas mais duras contra os agressores. Da letra destacam-se alguns versos entoados como palavras de ordem: “É femicídio, impunidade para o meu assassino. É o desaparecimento. É violação. E a culpa não era minha, nem de onde estava, nem do que vestia. O violador és tu. O estado opressor é um macho violador”.

Fonte: Público

Sílvia Timóteo