Artigo:O Declínio da Produtividade em Portugal

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O Declínio da Produtividade em Portugal

Ulisses Garrido recordou recentemente na sua página de Facebook um quadro resumo da evolução da produtividade por hora trabalhada na União Europeia, no qual se pode constatar que, relativamente a este parâmetro:

- de 2000 a 2020, Portugal desceu do 17º para o 21º lugar;

- no mesmo período de tempo, fomos ultrapassados pela Eslováquia, República Checa, Croácia, Hungria, Estónia e Lituânia;

- distanciámo-nos significativamente da média da EU, em cerca do dobro: em 2000 a produtividade europeia situava-se nos 19,5 e a nacional nos 13,3, em 2020, a produtividade europeia situava-se nos 35,7 e a nacional nos 23,8.

Quais as razões deste declínio comparativo?

Pensemos nas que nos são afins, as da Educação, recordando um artigo do DN de 1 de maio de 2021:

"Quase metade dos empregadores em Portugal têm, no máximo, o ensino básico (46%), 29 pontos percentuais acima do registado na média da UE27 (17%). Apesar dos trabalhadores por conta de outrem serem mais escolarizados que os empregadores, as diferenças face à média europeia mantêm-se: enquanto que, em Portugal, 37% dos trabalhadores têm, no máximo, o ensino básico, na EU27 esse valor é de 16%.", refere o relatório. Contudo, é de salientar a maior aproximação do peso dos trabalhadores com ensino superior à média europeia (32% vs. 38).”

Os dados supracitados justificam as observações de Ulisses Garrido na publicação mencionada:

“Um mínimo de atenção sobre estes dados não basta para que a questão da produtividade seja uma prioridade nacional? para que se deixe de culpar os trabalhadores e fazê-los pagar as crises? para que se responsabilizem as empresas e se priorize a qualificação dos empresários e patrões que por cá abundam? uma prioridade estratégica, a mudança necessária, a mudança estrutural essencial é esta mesma, elevar decididamente a produtividade da economia portuguesa, das empresas de todas as dimensões.”

João Correia