Artigo:O Crescimento da Direita Radical

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O Crescimento da Direita Radical

“Quando a direita radical populista chega ao poder numa democracia liberal, tenta mover o país num sentido iliberal, minando a independência dos tribunais e dos meios de comunicação social, menosprezando os diretos das minorias e enfraquecendo a separação de poderes” - Cas Mudde em “O Regresso da Ultradireita”, Editorial Presença, 2020, pág. 122.

Segundo a mesma publicação (pág. 91), a variação em partidos de ultradireita em eleições para os parlamentos nacionais e europeu nos estados membros da UE, passou de:

- eleições nacionais: 1,1% em 1980-89, para 7,5% em 2010-18;

- eleições europeias: 2,4% em 1980-89, para 7,6% em 2010-18.

Um crescimento sustentado, portanto, contínuo, com metástases recentes em terras de Viriato, as quais prometem adicionar ainda mais estragos futuros à calamidade económica e social provocada pela pandemia.

Voltando ao microcosmos das nossas vivências quotidianas, ao meu neste caso, é assustadora a forma como, por aí, nas conversas de café e de barbearia, se elogiam as “soluções finais” do Ventura para uma data de problemas. Assustadora por dois motivos: porque revela a imensa ignorância e violência latente de muitos eleitores e a enorme facilidade com que um vigarista narcisista e perverso os consegue manipular, ao serviço de interesses privados, ansiosos em tomarem de assalto os serviços públicos e transformá-los em rendas para os seus bolsos (saúde, educação, sistema de pensões, etc.).

Há que lutar como Churchill prometeu que o povo inglês lutaria contra os nazis: em todo o lado e de todas as maneiras, da forma mais inteligente e eficaz possível.

Mas como é que isso se faz?

João Correia