Artigo:O cônsul Aristides de Sousa Mendes recebeu hoje honras de Panteão Nacional, na presença das principais figuras de Estado

Pastas / Informação / Todas as Notícias

O cônsul Aristides de Sousa Mendes recebeu hoje honras de Panteão Nacional, na presença das principais figuras de Estado

Só peca por tardia esta justíssima homenagem a um homem que, durante a II Guerra Mundial, num ato de desobediência ao regime de António de Oliveira Salazar, passou milhares de vistos a refugiados judeus que procuraram ajuda no consulado português em Bordéus, salvando, deste modo, milhares de vidas humanas.

A sua desobediência custou-lhe o afastamento da carreira diplomática, o impedimento de exercer advocacia e a pobreza, castigos que não só o afetaram como a toda a sua família. Em Portugal, só, em 1987, recebeu, a título póstumo, a Ordem da Liberdade concedida pelo então Presidente da República, Mário Soares; no ano seguinte, foi reintegrado no serviço diplomático pela Assembleia da República; e, em 2017, recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.

Aristides de Sousa Mendes é o exemplo de que a vida é o bem maior e, em determinados contextos, a desobediência é a única solução possível. É uma mensagem que vem do passado, mas revela toda a sua atualidade com o drama dos refugiados e migrantes que procuram paz, pão, trabalho e segurança.

Paula Rodrigues