O caminho certo é a valorização da carreira
Chegou ao fim mais um ano letivo marcado pelo agravamento do flagelo da falta de professores, a qual afeta negativamente a vida de muitos dos nossos alunos. O ministro vai avançando de Plano em Plano, rebuscando soluções para a resolução do problema, mas os números são o que são e contam outra verdade. O único indicador que nos permite perceber se o problema da falta de professores se agravou ou não é o número de horas em horários que, não tendo sido preenchidos nas reservas de recrutamento, vão para a contratação de escola e confirmam que o problema se agravou, tanto na comparação homóloga como na comparação final.
Sem nunca ter apresentado uma avaliação séria e rigorosa do Plano I, o ministro apresentou recentemente o Plano + Aulas + Sucesso II, que reproduz muitas das propostas do primeiro, nomeadamente a possibilidade de os professores adiarem o pedido de reforma, a contratação de aposentados e reformados e, mais uma vez, o reforço do recurso a horas extraordinárias. Neste novo plano, a grande novidade anunciada na recente reunião com as estruturas sindicais foi o alargamento do subsídio de deslocação a todos os docentes deslocados, medida que a FENPROF há muito defende e que decorre de processo legislativo desencadeado na AR que,
recorde-se, até teve votos contra de PSD/CDS.
Não são medidas retocadas em planos que vão resolver o problema da
falta de professores, o caminho certo é mesmo a valorização da carreira. Essa é a nossa agenda.
Texto original publicado no Escola/Informação Digital n.º 46 | junho/julho 2025