O Banco Central Europeu (BCE) é demasiado importante para se tornar ridículo
Marques Mendes apresentou ontem, domingo, no seu espaço televisivo uma carta que o BCE enviou há algumas semanas à CGD e, por extensão, ao governo português. Primeira coisa bem estranha: a que título um cidadão como um mero comentador político tem acesso a cartas dirigidas a instituições públicas e ao governo? Mas o que mais me espantou foi algum conteúdo da carta enviada pelo BCE: será da competência do BCE decidir se o número de membros de um conselho de administração é de 15 ou 19? Fará sentido ser o BCE a questionar a capacidade dos membros que um governo indica para o conselho da administração de um banco, seja ele público ou privado? E por fim, lá vem claro o desejo profundo do BCE: metam capital privado na CGD, isto é, privatizem-na, mesmo que seja por fases… Estamos entendidos quanto à suposta neutralidade política do BCE. Mas, ao menos, que não se ridicularize a ele próprio!
António Avelãs