Nova esperança para o Chile e para a América Latina
Para quem “chorou de raiva” quando os EUA, através do seu pau-mandado Augusto Pinochet, assassinaram o presidente democraticamente eleito Salvador Allende (ou ele próprio se terá suicidado perante o golpe militar), impondo ao povo chileno um regime fascista alicerçado e “cantado” nos ultraliberais da Escola de Chicago, em 11 de setembro de 1973, a vitória de ontem, 19 de novembro de 2021 do candidato de esquerda (Gabriel Boric, 56%) nas eleições presidenciais e a consequente derrota do candidato que se apresentava como continuador do ideário de Pinochet (Jose Kast, 44%) merece celebração.
Claro: é sempre de recear a reação imperialista dos Estados Unidos da América. Talvez já não através do clássico golpe militar, mas através de bloqueios e boicotes económicos ou explorando as dificuldades de uma transição inevitavelmente complicada.
Mas para já, celebremos mais uma derrota dos pinochês chilenos e dos seus aliados norte-americanos.
A democracia na América Latina vai andando aos solavancos. Ora avança, ora recua. Ontem deu um bom passo em frente.
António Avelãs