Nova equipa ministerial
Velhas vontades, nunca mais!
António Anes
Vice-Presidente SPGL
Os aplausos que a direita liberal se apressou a tecer ao novo super ministro da Educação, Ciência e Inovação, designadamente da associação de colégios privados e do líder da IL, entre outros, ao invés de surpreenderem são preocupantes.
Recordemos que o agora ministro defendeu o fim definitivo do 14.º mês para os pensionistas e funcionários públicos, incluindo os professores; escreveu nos últimos anos a favor da ligação entre escolas e as empresas; mostrou-se um fervoroso adepto dos rankings que têm promovido os colégios privados… o que exemplifica a consonância entre os elogios que recebeu e o seu pensamento neoliberal e as velhas vontades ansiosas na desvalorização da escola pública. Esta preocupação é ampliada com a nomeação para secretário de Estado Adjunto e da Educação, Alexandre Homem Cristo.
Mas desenganem-se os novos inquilinos do Ministério da Educação. A reversão de uma aposta forte numa Escola Pública de qualidade que, contrariando o desígnio constitucional, coloque o privado em pé de igualdade com o público, adotando medidas como a recuperação dos contratos de associação de má memória, ou optando por outras do tipo “cheque-ensino” merecerão forte oposição do SPGL e da FENPROF.
Por outro lado, Fernando Alexandre terá de responder às reivindicações dos profissionais, de entre as quais, a devolução prometida do tempo de serviço cumprido pelos professores no período de congelamento. Também a quebra de atratividade da profissão docente, resultante da sua desvalorização, que está na origem da crescente falta de professores profissionalizados, terá que ser resolvida.
E não será com uma agenda neoliberal que se darão as respostas adequadas. Pela Escola Pública de Abril, sempre. Velhas vontades, nunca mais!
Texto original publicado no Escola/Informação Digital n.º 42 | março/abril 2024