Artigo:Não é apagar a História. É História a acontecer

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Não é apagar a História. É História a acontecer

A crónica de Vitor Belanciano, no P2 de ontem, domingo, 14 de junho, pg. 2, com o título acima citado, pode, aqui e ali, suscitar divergências de opinião e de perspetiva. Por isso mesmo é que deve ser lida. Para “abrir o apetite”, transcrevo os dois últimos parágrafos:

“Ficou nítido nestes últimos dias a incapacidade que Portugal ainda tem em integrar estas questões (o racismo e a “imagética que perpetua narrativas colonialistas e esclavagistas...”) e perceber a zanga que paira no ar. Falamos de pessoas a quem foi prometido um futuro melhor e com menos desigualdades. Estão fartas de olhar para baixo e de sofrerem os chamados “efeitos colaterais” da economia. Querem olhar de frente o futuro e ter voz própria. Não é apenas o racismo. É um programa crítico comum em que a cultura neocolonial, patriarcal, neoliberal e a ausência de mudanças ecológicas firmes desempenham um papel central.

É um grito de mudança. Foi nisso que se transformou a morte de George Floyd. Uma luta colectiva para milhões é a única forma de darem sentido à sua vida. E é por isso que existe tanta crispação. Criam-se novas conflitualidades e existem paradoxos e até excessos em todas estas lógicas? Inevitavelmente, porque é de desejo de renovação que falamos e de hierarquias de dominação ou de privilégio que foram naturalizadas e agora são contestadas. Há quem diga que aquilo que está a acontecer é apagar a História, mas é exactamente o contrário - é a História a acontecer.”

Mas não perca: leia mesmo a crónica toda!

António Avelãs