Artigo:“Muda-se tudo, menos o que verdadeiramente interessa”

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“Muda-se tudo, menos o que verdadeiramente interessa”

(José Eduardo Lemos, Público, 10 fevereiro 2020, pg.19)

É difícil não estar de acordo com este texto de opinião de J. Eduardo Lemos. Sublinha o autor que ao longo dos últimos 15 anos (porquê 15?) se introduziram mudanças “nos programas, metas, aprendizagens, currículos…Veja-se a sucessão de projetos, planos e estratégias disto e daquilo, para” salvar” as escolas e os alunos” Mas, segundo o autor, “ muitas das mudanças introduzidas (…) não têm sido sinónimo de melhoria, antes demonstrativas de falta de rumo”

Denuncia J.E.L. que muitas das medidas apresentadas como novas e salvadoras são apena o retomar de ideias e práticas antigas que, quando avaliadas, não se mostraram nada eficazes na melhoria do ensino. Falta de rumo, falta de “norte”, decisões inapropriadas e muitas vezes ambíguas impostas às escolas, feitas reféns da Administração Educativa e “nalguma casos das Administrações Autárquicas” .

“Muda-se tudo, mas melhora-se pouco”. E entre o que urge melhorar, -mas não se melhora- o autor sublinha a “qualidade da formação inicial dos professores, as suas condições de trabalho, o seu estatuto profissional. E conclui de forma lapidar: “Ou seja, muda-se tudo, menos o que verdadeiramente interessa e está no centro de uma educação de qualidade”.

Um texto que deve motivar o poder político, os sindicatos e, afinal, todos os professores.

António Avelãs