Missão FMI: demolir serviços públicos para abrir mercados, as usual
De acordo com um estudo recente da ActionAid, Public Services International, e Education International as exigências do FMI resultaram num corte de dez mil milhões de euros nos setores públicos de 15 países (Bangladesh, Brazil, Ghana, Kenya, Liberia, Malawi, Nepal, Nigeria, Senegal, Sierra Leone, Tanzania, Uganda, Vietnam, Zambia, and Zimbabwe), resultando num corte de 3 milhões de empregos, incluindo médicos, enfermeiros e professores.
O neoliberalismo continua em força a entranhar-se na economia e na mentalidade corrente, onde se cristalizou como bitola doutrinária quotidiana.
Algumas das ilhas de resistência, em certos países, em determinadas profissões, são permanentemente bombardeadas por um fogo de barragem oriundo dos grupos de pressão através dos políticos avençados e dos grupos de comunicação social detidos por empresas gigantescas, que só têm a ganhar com a desregulamentação laboral, a liberalização e privatização dos sistemas (ainda) públicos.
Por outro lado, a “ajuda” do FMI aos países em dificuldades, continua a ser acompanhada por um caderno de encargos demolidor, visando a substituição dos serviços públicos detidos pelo Estado por uma plêiade de negócios mortais para os direitos dos trabalhadores e a qualidade dos serviços, devidamente “ajustados” à lógica do lucro das empresas que os passam a controlar, muitas delas multinacionais com fortes ligações alta finança internacional e, por arrasto, aos interesses estratégicos de países imperialistas.
Não vão ser ondinhas sociais-democratas que vão contrariar este permanente maremoto.
Urge refrescar a memória dos portugueses dos planos da direita para o sistema educativo, em especial a de muitos professores, aparentemente esquecidos do que existia em 2015 e que chegou, até, a tingir as ruas de amarelo, ficando-se, então, por aí, à espera dos melhores dias já prometidos por um certo reequilíbrio político reposto nas eleições autárquicas.
João Correia